
Como decolar suas vendas com um aumento de Shelf Life
Para quem busca crescer e aumentar suas vendas, sendo pequenos ou médios empresários, um dos maiores desafios é produzir mercadorias com um prazo de validade longo o suficiente. Produtos que duram mais promovem maior praticidade e economia para o cliente, o que torna esse fator determinante durante a compra.
Felizmente, existem várias técnicas que podem aumentar o shelf life do seu produto. Apresentaremos aqui os principais motivos que afetam o tempo de prateleira e como administrá-los para que seu negócio possa expandir!
O que afeta o shelf life de um produto?
A data de fabricação é o fator que inicia a determinação do shelf life do produto. Além dele, o processo de produção, os ingredientes utilizados, o transporte até o ponto de venda, o modo de armazenagem, a questão de higiene e claro, a embalagem utilizada para acomodar o produto são outros fatores que estão envolvidos para que a validade seja estabelecida.
Os fatores sensoriais, como o aroma, a cor, o sabor e a textura do produto, também influenciam no shelf life. Estas condições são avaliadas em laboratório, nas chamadas análises sensoriais, e são extremamente importantes.
Para promover o aumento do tempo de prateleira do seu produto, é necessário entender os motivos que levam os alimentos a estragar. Diversos fatores influenciam diretamente no tempo de prateleira dos alimentos, podendo ser intrínsecos ou extrínsecos.
Fatores extrínsecos
Os fatores extrínsecos são aquelas características que o produto adquire à medida que o mesmo avança pelo seu ciclo de vida, desde a fabricação até o consumo. Entram nesse grupo fatores como:
- Temperatura, pressão, umidade relativa, exposição à luz durante o processamento, transporte e armazenagem;
- Composição da atmosfera dentro da embalagem;
- Tratamento térmico posterior (reaquecimento ou cozimento antes do consumo, por exemplo);
- Manuseio do consumidor.
Fatores intrínsecos
Esses fatores são relacionados à natureza do próprio alimento. Ou seja, tudo que envolve as características físico-químicas internas. Todas elas vão depender da matéria-prima utilizada, da maneira como ela será armazenada, sua formulação e estrutura.
Alguns exemplos de fatores intrínsecos são:
- Atividade da água (água disponível no alimento);
- Acidez total e valor de pH;
- Bioquímica natural do produto (como enzimas e reagentes químicos);
- Microflora natural e contagem de microorganismos sobreviventes;
- Nutrientes;
- Oxigênio disponível;
- Potencial redox ou valor redox;
- Uso de conservantes na manufatura do alimento.
Existem processos que limitam o prazo de validade
A deterioração faz parte de um ciclo natural de todos os alimentos. Esse ciclo termina quando um produto atinge seu prazo de validade ou tempo de prateleira e não é mais uma mercadoria apta para consumo.
É a interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos que desencadeiam ou estimulam uma série de processos limitantes para o shelf life. Dentro disso, esses processos podem ser classificados como microbiológicos, químicos, físicos e relacionados à temperatura.
Processos Microbiológicos
Processos microbiológicos são os que envolvem o crescimento de microorganismos. Este crescimento ocorre principalmente durante o período em que o produto está estocado. Dessa forma, as questões físico-químicas anteriormente descritas são importantes para que este processo ocorra. As características do ambiente em que os alimentos se encontram, como por exemplo, a temperatura, também são determinantes.
Microorganismos que causam intoxicação alimentar crescem dentro dos alimentos, sem apresentar alterações na aparência, odor, sabor ou textura dos alimentos, acarretando problemas de saúde. Ainda assim, o crescimento de microrganismos de deterioração é, muitas vezes, facilmente identificado com mudanças das características dos produtos. Por exemplo: fungos visíveis, odores e sabores indesejáveis, além de mudanças na textura.
Processos Químicos
Envolvem as reações que podem ocorrer dentro do alimento, ou até mesmo com componentes do alimento com fatores externos, como com o oxigênio. Alguns processos químicos que podem ocorrer são:
- Rancificação em alimentos que contém gordura, através de reações oxidativas ou reações hidrolíticas;
- Processos enzimáticos que limitam o prazo de validade de frutas e vegetais;
- Hidrólise que pode diminuir a doçura em alimentos com intensos edulcorantes;
- Escurecimento em diversos alimentos, algumas vezes devido a exposição à luz.
Processos Físicos
Umidade é a principal causa de alterações físicas deteriorantes nos alimentos. Alguns exemplos deste processo são a perda de umidade dos produtos frescos ou a absorção de umidade por alimentos que deveriam ser secos, como biscoitos e cereais. Podemos comentar também que alterações nas propriedades das embalagens dos produtos podem contribuir para tais processos físicos. Um exemplo disso é uma embalagem que, com o tempo, vai deixando de ser impermeável, fazendo com que a atmosfera dentro da embalagem seja alterada, desencadeando assim a deterioração.
Processos relacionados à temperatura
A temperatura influencia bastante no shelf life de um produto. Um aumento na temperatura acelera reações de deterioração, assim como alimentos que contém açúcares, com o aumento da temperatura, podem ter características alteradas, como a cristalização do açúcar.
Afinal, como aumentar o shelf life de alimentos?
Como dito anteriormente, o tempo de prateleira do produto começa a ser determinado ainda na data de fabricação. Isto significa que o processo de fabricação, as matérias-primas e tudo que está relacionado à manufatura do produto influencia na ação dos processos anteriores.
Boas Práticas de Fabricação
Para isso, uma produção padronizada é essencial. Os documentos de Boas Práticas de Fabricação (BPF) garantem não apenas a conformidade com a ANVISA, mas contribuem na melhoria da qualidade do produto final. Esse conjunto de dicas de BPF abrangem como as matérias-primas são armazenadas, como o processo produtivo acontece e o ambiente em que o mesmo se dá, além de como é realizada a embalagem e estocagem dos produtos finais.
Uso de Aditivos
Contudo, as Boas Práticas de Fabricação podem não ser suficientes para que se adquira o shelf life desejado. Para isso, a utilização de aditivos é necessária, sejam eles naturais ou sintéticos. Existem diversos tipos de aditivos para cada finalidade. No Brasil, os aditivos são classificados em 13 categorias diferentes.
Os principais utilizados são os antioxidantes e os conservantes, atuando de formas diferentes no produto.
Os antioxidantes inibem a reação de oxidação, isto é, impedem que óleos, gorduras ou outros compostos se combinem com o oxigênio do ar e se tornem rançosos ou escurecidos. Alguns exemplos de aditivos antioxidantes são o ácido ascórbico, eritorbato de sódio, BHA e BHT.
Os conservantes são responsáveis por conservar o alimento, auxiliando na durabilidade. Eles impedem o crescimento de fungos (bolor) e contribuem para que as características do alimento permaneçam constantes com o tempo. Sorbato de sódio e propionato de cálcio são exemplos de conservantes.
Embalagens Adequadas
Ainda, é necessário avaliar se a embalagem utilizada está de acordo com o alimento. Uma embalagem ideal é aquela que, além de chamar a atenção dos consumidores, mantém o produto protegido de microorganismos e da exposição à luz. Também impede a entrada de ar evitando, assim, o contato com o oxigênio.
O aumento do shelf life faz com que a sua produção chame a atenção de grandes varejistas. Ainda, é possível ampliar a região de vendas, isto é, pode-se vender para estabelecimentos em lugares mais distantes. É dessa forma que a sua marca se consolidará no mercado, aumentando sua rentabilidade!
Este conteúdo foi produzido pela EJEQ.