Desenvolver produto vegano: o que você precisa saber?

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Um passo-a-passo detalhado para você afirmar que seu produto é vegano

Desenvolver um produto vegano exige uma série de cuidados e medidas que devem ser tomadas. Isso porque esses artigos englobam um público que possui princípios e valores que devem ser respeitados durante toda a etapa produtiva. Nesse viés, faz-se necessário seguir normas bastante apuradas.

Você sabe o que é o veganismo?

Antes de definir o que é veganismo, deve-se entender com clareza a diferença entre este e o vegetarianismo. O vegetarianismo é um regime alimentar baseado na exclusão de todos os tipos de carne e possui diversos segmentos, como:

• lactovegetarianismo (que inclui leite e laticínios na dieta)
• ovovegetarianismo (que mantém os ovos na alimentação)
• ovolactovegetarianismo (que mantém ovos e laticínios em sua alimentação)
• vegetarianismo estrito (que é aquele que não inclui nenhum tipo de produto de origem animal em sua alimentação)

Em outra vertente, existe o veganismo, que a Vegan Society define como: “um modo de viver que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo.”

Qual a tendência do Brasil atualmente?

De acordo com um estudo conduzido pelo IBOPE Inteligência em abril de 2018, existem no Brasil um total de 14% da população que já se declara vegetariana. Este número representaria um total de 30 milhões de brasileiros que seguem essa dieta.

Além disso, 60% de todos os entrevistados afirmaram que consumiriam os produtos veganos no lugar dos outros artigos se os preços fossem equivalentes. Assim, nota-se que o consumidor atual está interessado nos compromissos que a empresa defende em relação à sociedade e ao meio ambiente.

 Quais são os principais cuidados a serem tomados para desenvolver produto vegano?

• Produtos de origem animal não podem estar presentes nos ingredientes

Para desenvolver produto vegano, animais ou produtos de origem animal não podem ser utilizados nem envolvidos no processo. Isso porque os veganos, por razões éticas, são contra a exploração dos animais e buscam reduzir todas as formas de sofrimento animal. Como produtos de origem animal não podem estar presentes nos ingredientes, isso leva a uma proibição de alimentos comuns à culinária não-vegana, tais como: carnes, embutidos, gelatina, pele, cartilagens, laticínios, ovos, insetos, frutos do mar e mel.

• Fornecedores devem detalhar seus procedimentos

Os fornecedores remetem à parcela que engloba maior cuidado quando se pensa em desenvolver produto vegano. Isso porque todas as etapas do processo produtivo devem, comprovadamente, excluir a exploração animal. Onde, um caso comum de cuidado que se deve tomar é com o açúcar refinado, pois, em alguns casos, é utilizada farinha de osso na produção. Assim, o fornecedor deve comprovar que o seu produto é completamente livre de artigos de origem animal.

É preciso ser minucioso!

• Seguir parâmetros minuciosos para o preparo dos alimentos

Todos os alimentos, para serem classificados como estritamente veganos, devem ser preparados separadamente daqueles não veganos. Como um mínimo, aceita-se que a superfície e os utensílios não sejam restritos à produção vegana. Porém, ambos devem ser rigorosamente lavados antes de serem utilizados no preparo dos alimentos.

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O aconselhável e ideal é que sejam utilizados diferentes utensílios para garantir o cuidado em todos os momentos. É imprescindível atentar-se ao risco de contaminação cruzada entre fontes não veganas na cozinha e tomar todas as medidas cabíveis para evitar.

Por exemplo, a Sociedade Vegetariana Brasileira adota a posição em que aceita produtos que contenham apenas traços de ingredientes de origem animal. A postura adotada é justificada porque, em alguns casos, estes traços remetem apenas à possibilidade de que haja resíduos de proporções desprezíveis. Esta ressalva existe porque a SVB busca fomentar o mercado vegano.

• Não testar produtos em animais

Desenvolver produto vegano também envolve a fase de testes. A empresa e seus fornecedores devem comprovar que não testam seu produto finalizado em animais. O período mínimo sem testes em animais para produto finalizado, ingredientes e componentes é de cinco (5) anos.

Nessa perspectiva, produtos que possuem o selo “cruelty free” são aqueles que não requerem a morte ou dano de qualquer humano ou animal. É muito utilizado pelos movimentos dos direitos dos animais para certificar a produção sem o uso de cobaias.

Quais cuidados deve-se ter ao desenvolver produto vegano têxtil?

• Atenção à vestimenta em geral

Artigos de vestimenta de origem animal tem o seu uso rejeitado pois implicam na morte e/ou exploração dos animais que lhes deram origem. O que demonstra o cuidado que se deve ter ao desenvolver produto vegano. Nesse ínterim, uma empresa de selo vegano não pode elaborar artigos em peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (pérolas, plumas, penas, ossos, marfim, entre outros), pois os mesmos são repudiados pela comunidade vegana.

• Aditivos

A crescente preocupação com o bem-estar e a saúde da população direcionada para a alimentação gera um maior amparo legal para o consumidor. Porém, ainda se nota que o público vegetariano nem sempre é resguardado pela rotulagem – mesmo esta sendo bastante detalhada.

Qual a realidade no Brasil?

No Brasil, atualmente, os produtores têm se tornado cada vez mais transparentes com relação ao que há em seus produtos, assim, graças ao progresso na garantia do direito básico do consumidor à informação, alcançaram-se regulamentações mais rigorosas. Um exemplo é a Resolução – RDC Nº40, de 8 de fevereiro de 2002, que obriga as empresas a declararem no rótulo a presença de glúten ou não.

Com relação aos produtos vegetarianos, na União Europeia, existe o selo “V-Label” para os artigos que não sejam de origem animal. Enquanto que na Índia, há um aviso em um círculo verde para os alimentos vegetarianos. Porém, no Brasil, não há uma certificação específica. Há apenas o “selo vegano” fornecido pela SVB mediante pagamento de taxa.

Em suma, é importante que o produtor se atente ao tipo de aditivo que será utilizado para desenvolver produto vegano. Isso porque, na maioria dos casos, não se sabe com precisão a forma com que os aditivos envolvidos na produção são formulados. Sendo assim, a indústria vegana busca empregar principalmente componentes naturais.