Empreender muitas vezes surge como uma opção para aqueles que estão cansados da rotina repetitiva do mundo corporativo ou até mesmo para aqueles que precisam de uma nova renda.
Mesmo assim, para garantir que o novo negócio seja, de fato, um sucesso e gere bons lucros, principalmente financeiros, é necessário um bom planejamento.
Porém, existem muitos empreendimentos que não tem como objetivo final o lucro financeiro, sendo o principal o impacto na sociedade.
E é nesse contexto que hoje vamos apresentar para você o que é o empreendedorismo social e de que forma ele impacta a nossa realidade. Acompanhe.
O que é empreendedorismo social?
A expressão “empreendedorismo social” se enquadra para aquele tipo de negócio que, além de ser lucrativo, traz desenvolvimento para a sociedade.
Então, as empresas sociais são uma junção de associação sem fins lucrativos com empresas. Seu objetivo principal é atender a necessidade de um local, seja em uma comunidade, região, bairro, etc., resolvendo problemas e gerando lucros sociais.
Sendo assim, com outras palavras, esse tipo de empreendimento busca soluções para problemas sociais, com a lógica de mercado, oferecendo produtos e/ou serviços de qualidade, ajudando a combater ou diminuir desigualdades, promovendo inclusão e geração de renda, sendo também economicamente rentáveis.
Quais são os exemplos de empreendedorismo social?
Segundo o IBGE, no Brasil, cerca de 168 milhões de pessoas se enquadram na camada de rendas consideradas as mais baixas.
Por isso que Kdu dos Anjos, o fundador do projeto “Lá da Favelinha”, instaurou o que é hoje uma biblioteca popular, iniciada com pequenas proporções, na maior comunidade de Belo Horizonte (MG).
Hoje, a biblioteca é um ponto de formação educacional, cultural e gerador de renda para famílias da comunidade. A organização cresceu promovendo apresentações artísticas, oficinas, eventos, palestras e vendendo roupas produzidas na região.
Já em 2018, cerca de 70 famílias possuíam rendas a partir das atividades realizadas no local. Isso é um claro exemplo de empreendedorismo social.
Ainda no Brasil, segundo levantamento realizado pelo Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental, em 2019, existem cerca de 1000 empresas de impacto social positivo no país.
E dentro dessas mais de 1000 empresas, é possível encontrar revitalização de comunidades, saneamento e distribuição de energia, atendimento popular de advogados, inclusão digital, espaço cultural, artesanato, reciclagem, agricultura, consultas médicas, entre várias outras.
O Brasil tem referências em empreendedorismo social?
Sim. Você, provavelmente, já ouviu falar no Projeto TAMAR, não é? Esse exemplo do empreendedorismo social é um projeto conservacionista brasileiro que trouxe força à luta pela preservação de espécies ameaçadas de extinção.
A ideia surgiu nos anos 70, por meio de um grupo de estudantes de oceanografia que viajavam para praias para realizar pesquisas. Na época, eles encontraram pescadores matando tartarugas-marinhas.
Então foram tiradas fotos e feitos alguns relatórios para serem enviados às autoridades, as quais já querem iniciar um programa de conservação marinha.
E foi assim que surgiu o projeto que tem por missão proteger tartarugas-marinhas que estão ameaçadas de extinção no litoral brasileiro. Atualmente, há 24 bases pelo litoral do nordeste, sudeste e sul.
Além desse exemplo, é possível também citar o Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (ICEP) é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público brasileira, fundada em 2006, com o objetivo declarado de proporcionar uma formação continuada de coordenadores pedagógicos e ações em prol da melhoria da educação pública em algumas regiões do estado da Bahia.
“Se a gente compara o Brasil com outros países, o nível de investimento que a gente tem em negócios de impacto é muito aquém do potencial que a gente teria.
Um Brasil com 200 milhões de habitantes, com uma base da pirâmide formada sobretudo por comunidades de baixa renda, temos um volume enorme de pessoas que podem ser beneficiar disso, ou seja, o mercado é enorme e tem muito a avançar”
Célio Cabral, gerente nacional de Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade do Sebrae.
O que é preciso para ser um empreendedor social?
Como já é conhecido pelos empreendedores, características como proatividade, autoconfiança, liderança, perseverança e persistência são essenciais.
Porém, especificamente para os empreendedores do tipo social, outras características específicas, como foco em populações de baixa renda, gestão profissional, solidariedade, empatia, senso de responsabilidade e foco em resultados.
Dentre os maiores empreendedores sociais do mundo, podemos citar o brasileiro Sérgio Arande, provavelmente o maior representante da América Latina no ramo. Fundador da empresa Agenda Pública, que tem o compromisso de aprimorar a gestão pública.
A companhia incentiva a participação social desenvolvendo parcerias entre os governos locais, a sociedade e as empresas privadas para solucionar questões como habitação e saneamento básico. Atualmente, a Agenda Pública funciona em seis estados do Brasil.
Já tenho um empreendimento. O que faço para torná-lo social?
São necessários que alguns passos sejam observados antes da implementação do empreendimento social. Antes de tudo, é necessária uma idéia e ela deve apresentar algumas características fundamentais:
- ser inovadora;
- realizável;
- autossustentável;
- promover impacto social com resultados avaliáveis;
- envolver pessoas e segmentos da sociedade.
Depois de atualizar o seu plano de negócio, será preciso colocar seu projeto em prática e gerar maturidade para que depois seja possível a sua multiplicação por outras localidades.
Que assunto incrível, não é mesmo? De acordo com o professor doutor Edson Marques Oliveira, o empreendedorismo social é um novo paradigma de intervenção social, é um processo de gestão social, é uma arte, é uma ciência, uma nova tecnologia social e também um indutor de auto-organização social.
Quer saber mais como transformar o seu negócio em um empreendimento social? Fale com a gente. Os seus impactos podem ser ainda maiores!