
5 Passos para tirar de ideia de aplicativo do papel
Nós sempre temos muitas ideias. Isso é fato. E não é preciso nem estar no banho para que as melhores ideias surjam. Parece até que é fácil: de um momento para outro, temos um insight de um aplicativo que pode revolucionar o mercado. Mas como é possível tirar essa ideia de aplicativo do papel?
Segundo Uri Levine, o criador do Waze, é preciso ser corajoso para colocar uma ideia para frente. “Um dos grandes desafios dos empreendedores na Europa é que eles temem o fracasso. Na Itália teme-se o fracasso. Na Espanha se tem muito medo do fracasso”.
Aqui no Brasil, somos considerados como um povo batalhador, que não tem medo da derrota. De acordo com esse pensamento, já estamos bem à frente dos nossos colegas europeus: somos corajosos – e você, por ter tido uma ideia e querer seguir com ela, é também muito corajoso! Acredite: ter coragem já é meio caminho andado para fazer seus projetos acontecerem.
Bem, se você já definiu sua ideia e já conquistou a coragem, agora é a hora de seguir os passos certos para colocar a mão na massa. Por onde começar? Aqui separei os 5 passos que você precisa seguir para conseguir tirar sua ideia de aplicativo do papel de uma vez por todas.
Mas, antes de tudo, você já escreveu a sua ideia? Vale até em post it, tá? Mas é importante que exista o mínimo de estruturação para que esse projeto possa dar os primeiros passos. Para isso, aqui vai a minha dica inicial: use o IDEA CANVAS.
Fonte: Startse
É com esse “canvas” (ou simplesmente esse esquema, como preferir) que você vai estruturar as premissas desse aplicativo. A partir dessa estruturação será possível seguir os passos:
Pesquise e pesquise.
E também tenha empatia. Um dos maiores erros cometidos por empreendedores é que eles buscam resolver problemas (pasmem!) que nem são problemas – ou que simplesmente as pessoas envolvidas não visualizam aquilo como um problema a ser resolvido. Tudo bem que existem momentos em que é preciso “catequizar” o nosso público para que ele enxergue o problema que é latente, mas na maioria dos casos é só falta de empatia, mesmo. Por isso a pesquisa é tão importante: é ela que vai lhe ajudar a descobrir:
qual o real problema que você pretende resolver
quem é o seu cliente
quais tecnologias estão disponíveis
quem são os concorrentes
E tudo bem se encontrar concorrência, tá? Não acredite que o seu produto é único no mundo. A concorrência é boa até pra você criar o seu produto com os diferenciais dos concorrentes (leia mais sobre benchmarking). Se você não tiver encontrado nenhum concorrente é porque não pesquisou direito. Aí você pode me perguntar: “mas como eu sei se estou pesquisando direito?”. Existem algumas técnicas de pesquisa. São elas:
- Desk research: Sente numa mesinha, abra seu computador e comece pesquisando tudo o que puder sobre assuntos relacionados ao seu app.
- Entrevista com experts: Pesquise no Linkedin quem conhece do assunto e faça contato. Isso pode encurtar seus caminhos e evitar erros.
- Observação: Observe o comportamento dos seus potenciais usuários quando vivenciam o problema que você pretende resolver. Isso vai ser um exercício de empatia: se colocar no lugar do outro e compreender o que ele precisa.
Construa um time forte
Se quer ir longe, vá acompanhado. É im-pos-sí-vel construir um aplicativo do zero by yourself. Tá, até pode ser possível, mas não vai ser no timing certo e você vai ganhar muitos cabelos brancos antes dos 40. Por isso, deixe o individualismo de lado e procure pessoas que querem fazer a diferença no mundo junto com você. É importante ter uma equipe diversa, tanto em habilidades profissionais quanto emocionais.
Se ninguém é perfeito, procure pessoas complementares:
- Não tenha apenas IDEALIZADORES no time. Eles vão sonhar muito, questionar bastante e fazer pouco.
- Não tenha apenas EXECUTORES no time. Eles vão cobrar sempre por novas metas e prazos, muitas vezes sem pensar de forma ampla, na estratégia completa.
- Não tenha apenas EXPERIMENTADORES no time. Eles são ótimos para inovar, mas têm dificuldade em seguir tarefas monótonas e rotineiras – necessárias em qualquer grande projeto
Portanto, descubra quem você é na fila de lançamento de um app e construa um time interdisciplinar, com habilidades complementares.
Elabore um plano de aprendizagem
Aprenda o que você não sabe. Mas se organize para isso. Aqui, deixamos um esquema para você usar como guia:
Fonte: Startse
Monte um cronograma prático e trabalhe com metas
Você já fez todas as pesquisas, já construiu um time super qualificado e elaborou um esquema de aprendizagem para que ninguém se desmotive com as possíveis frustrações. E agora? “Ah, falta colocar em prática!”. Calma, gafanhoto. É preciso saber o que deve ser feito. Aproveite que a equipe já está formada e sente com todos para que cada especialista dê sua opinião acerca do projeto. O que devemos fazer primeiro? E depois? E depois?
Quando trabalhamos com metas, temos uma direção a seguir. Não pense que isso vai transformar a sua ideia em uma pilha de burocracias. Não! O planejamento serve para ajudar nas etapas. Quando temos muito o que fazer, é melhor dividir em pequenas partes – metinhas. São elas que vão nos dar fôlego para continuar no longo processo de lançamento de um produto.
Mas fique atento: se, durante o processo de execução, o planejamento estiver atrapalhando mais do que ajudando – ou seja, a equipe está analisando mais do que fazendo – será necessário mudar a estratégia e repensar o plano de ação. Apesar desses possíveis impasses, não deixe de ter pelo menos um cronograma do que será feito e quando será feito. Dessa maneira, será possível até mesmo saber de quem cobrar e quando cobrar. É assim que as coisas andam de verdade.
Dê início à programação
“Ah, mas ainda não é o momento, tem muitas coisas para serem definidas!”. Se esse for o pensamento, acredite, você nunca vai lançar o seu app. Lembre-se de ser corajoso! Não tenha medo de errar, de falhar.
Uma das coisas mais importantes que escutei de um programador foi: “não é possível encontrar bugs, até que eles sejam encontrados”. Essa pode parecer uma frase contraditória, mas que faz muito sentido.
Muitos bugs podem – e devem sim! – ser evitados. Mas se o seu produto tem diferenciais no mercado, saiba que bugs serão encontrados – isso vale tanto para a experiência do usuário quanto bugs internos, de programação interna mesmo.
Quando o programador falou aquela frase, ele quis dizer que é preciso ter pelo menos um protótipo do produto para que ele possa ser estudado, analisado, criticado.
Por isso, mãos à obra! Já passou o tempo de planejar e, se você já tem os 4 requisitos descritos aqui, o que está esperando para começar a programar esse app?
E aí? Vai ficar só na ideia ou vai partir para ação? Siga nosso blog e acompanhe nossos outros textos. Assim você vai se sentir ainda mais preparado para tirar essa ideia de app do papel.