
RFId: O que é e como funciona?
A identificação de produtos para controle e rastreio é muito comum em comércios e fábricas. Hoje em dia é normal vermos códigos de barras e até mesmo QR codes usados para esse objetivo, entretanto há um outro tipo de sensor que vem ganhando destaque.
Essa tecnologia está presente desde cartões usados para pagar meios de transporte, como metrô e ônibus, e também pedágios, até usos bem mais sofisticados como nas áreas de robótica e aeroespacial.
Trata-se do RFID, sigla inglesa para Radio Frequency Identification, traduzida para Identificação por Radiofrequência. O sistema consiste em uma base transmissora, que funciona como leitora, e uma etiqueta que pode ser aplicada em objetos, máquinas ou embalagens que emite o sinal resposta contendo a informação.
O RFID vem se popularizando em usos diversos devido a sua facilidade de leitura, distância pela qual ela pode ser efetuada e capacidade de diversas tags serem lidas ao mesmo tempo. Todos esses fatores fazem com que diferentes mercados atualmente estudem a melhor maneira de aplicar esses sensores em seus produtos ou etapas do processo produtivo.
Os estudos tecnológicos que deram origem ao RFID surgiram no último século a partir de um cientista escocês, Sir Robert Alexander Watson-Watt. Foi na Segunda Guerra Mundial que, quando na tentativa de identificar se os aviões que retornavam a base eram aliados ou inimigos, notou-se que a forma na qual o avião girava podia alterar a onda de rádio refletida para a torre. Criando, dessa forma, uma diferenciação para saber se a aeronave pertencia a base ou não.
Ao longo dos anos, o princípio físico de emissões de sinais codificados deu origem a aplicações mais cotidianas, originando o RFID.
As etiquetas, também chamadas de tags, são compostas por uma antena e um circuito. Uma leitora emite um sinal que ativa a resposta da tag e os dados que nela foram codificados são então repassados, permitindo a identificação. A frequência utilizada para esse sinal é justamente na faixa de ondas de rádio.
As tags ainda podem ser classificadas em dois tipos, passivas e ativas:
- Passivas:
São as etiquetas que não possuem bateria acopladas, portanto só emitem o sinal resposta quando sob a leitora. A vantagem das passivas são as suas dimensões reduzidas, pois sem a necessidade de bateria é possível que as tags sejam extremamente finas ou pequenas possibilitando maiores aplicações.
- Ativas:
São as que possuem bateria e assim a capacidade de emitir esse sinal por conta própria. A vantagem das passivas são as suas dimensões reduzidas, pois sem a necessidade de bateria é possível que as tags sejam extremamente finas ou pequenas possibilitando maiores aplicações.
Entre alguns usos pioneiros para o RFID está o sistema anti-roubo em lojas. A tag é aplicada nos produtos e leitoras são posicionadas nas saídas da loja. Assim, se por acaso algum produto for extraviado antes da desativação da tag na compra, a leitora registrará e acionará o alarme.
Há também outras aplicações como a liberação de portas, cobranças de metrô ou pedágios que estão presentes no nosso dia a dia.
Os diversos usos do RFID não surpreendem, pois tem justificativa em suas vantagens, sendo elas:
- Velocidade de Leitura: Comparado a um código de barras ou QR Code, para que seja feita a captação da informação em RFID o tempo necessário é da fração de segundos, tornando processos mais rápidos.
- Tamanho: Tags de RFID podem chegar a tamanhos milimétricos, permitindo a aplicação em casos onde outros sensores não conseguiriam.
- Custo-Benefício: Embora as leitoras tenham um custo adicional, as tags possuem modelos que custam centavos, sendo instaladas de forma mais fácil em indústrias e lojas.
- Capacidade de Leitura: O RFID possui também o diferencial de que diversas tags podem ser lidas de forma simultânea, não sendo necessária a identificação um a um.
- Distância para Leitura: Também em vantagem a outros sensores, a tag RFID varia de distância na qual a leitura é permitida, entrando na casa dos metros.
A palavra da vez para RFID é versatilidade. Com todas as suas diferentes classificações e características esse tipo de sensor permite diferente aplicações em diversos setores do mercado. Desde o controle de estoque até opções de rastreio e monitoramento, é comum ver cada vez mais empresas buscando como implementar essa tecnologia.
No entanto, a sua versatilidade esconde também a complexidade necessária para uma implementação eficaz. É necessário a consideração de alguns desafios até a execução da tecnologia, sendo o principal a escolha do material no qual a tag será aplicada.
Uma das propriedades que devem ser consideradas é a condutividade elétrica. Materiais metálicos por exemplo interferem com a antena do sensor, e com isso a leitura não é efetuada. Para isso tags RFID específicas existem no mercado visando tais aplicações.
Além disso, a adesão do material com o sensor deve ser analisada. Aplicações em partes externas de produtos ou animais são mais sensíveis, podendo a tag ser danificada ou perdida. Existem soluções no quesito de adesividade voltadas para cada emprego específico. É necessário ser feito um estudo a fundo para garantir a eficácia do uso do RFID.
Tendo esses fatores em vista, é comum que testes práticos sejam feitos visando a escolha correta do sensor, assim como a sua adesão e eficácia de leitura.
No mercado atualmente existem inúmeros tipos de tags e leitoras diferentes, cada um com suas especificações como distância de leitura, tamanho, capacidade de leitura, entre outros. Para a otimização, um estudo da aplicação permite com que a escolha seja feita de maneira consciente otimizando a aplicação.
Outra questão importante é a compatibilidade tag-leitora e codificação na qual as informações serão encriptadas em cada sensor. Dependendo do sensor mais ou menos dados podem ser armazenados.
Não é a toa que o RFID vem crescendo no mercado, seja em aplicações já consolidadas ou em frentes de inovação. O chamado código de barras inteligente chegou para ficar, e hoje em dia diversos setores do mercado competem para que sua aplicação seja eficaz trazendo assim melhorias e avanços em suas mercadorias e serviços.
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