O que é capacidade produtiva?
A capacidade produtiva é a quantidade máxima de produtos/serviços a serem ofertados por uma unidade de produção, em um determinado período de tempo, o que constitui o seu potencial produtivo ideal. Esta, possui um papel fundamental para as tomadas de decisões gerenciais, acerca da demanda diária e do funcionamento do trabalho dos funcionários/maquinários. Em um cenário que a produção é excessiva, frente a saída diária, é ineficiência do estoque e ociosidade aos trabalhadores do estabelecimento; já ao oposto, há clientes insatisfeitos e perda da credibilidade da empresa no mercado.
Sendo assim, faz-se imprescindível, dentro de uma fábrica, o estudo sobre a capacidade produtiva. Mas, como saber dimensionar essa eficiência de produção ideal?
Fatores de dimensionamento
O primeiro passo para delimitar o dimensionamento da capacidade produtiva de um estabelecimento, é pontuar os seguintes fatores:
1. Produção por Tempo:
Abaixo será tratado sobre as categorias da capacidade produtiva, que baseiam-se exatamente nesse fator: a quantidade de produtos confeccionados em um determinado período de tempo (hora ou minuto).
2. Tempo de paradas planejadas e não planejadas:
Durante a carga horária de um funcionário, por exemplo, há momentos em que este não está de fato realizando a atividade de produção, como no horário do almoço ou na troca dos turnos. Dessa forma, deve-se entender qual é, realmente, o planejamento do funcionário para delimitar exatamente quais os momentos em que ele está produzindo.
Ademais, o tempo de paradas não planejadas, foge, em diversas situações, do conhecimento do gerente do estabelecimento. Com isso, deve-se procurar no histórico da empresa as variáveis e suas constâncias para assim delimitar o tempo realista de confecção de cada funcionário.
3. Demanda:
Nesse fator trata-se do acompanhamento dos níveis de variáveis que a demanda apresenta. Dessa forma, deve-se seguir o estudo sobre a variabilidade de compra do consumidor, em relação ao item desejado, além das sazonalidades e das jornadas de compra.
Categorias da capacidade produtiva



Após definir os fatores de dimensionamento imprescindíveis para o cálculo da capacidade produtiva, faz-se relevante ressaltar que esta eficiência é destrinchada em 4 categorias:
1. Capacidade Instalada:
Para auxiliar nas tomadas de decisões estratégicas da empresa, o estudo sobre a capacidade instalada traz a hipótese de quanto poderia ser produzido, caso a fábrica funcionasse 24 horas por dia, 7 dias por semana (todos os outros fatores são desconsiderados).
Capacidade Instalada/dia
(nº de produtos confeccionados em 24 horas / 24 horas)
2. Capacidade Disponível:
Nessa categoria, o objetivo é trazer ao empreendedor uma visão melhor sobre a eficiência do trabalho dos funcionários/maquinários dentro da carga horário de funcionamento da fábrica, para que assim possa investir. Dessa forma, estuda-se a quantidade produzida pela jornada de trabalho dos funcionários (novamente, os outros fatores são desconsiderados)
Carga Disponível/dia
(quantidade produzida / carga horária de funcionamento)
3. Capacidade Efetiva:
Visto a análise da capacidade disponível, as variáveis da jornada de trabalho dos funcionários, o tempo de limpeza das máquinas, as trocas de turnos, entre outros fatores, não foram considerados no cálculo. Sendo assim, essa categoria traz a subtração do planejamento de perdas fabris, que é exatamente o que fora citado anteriormente.
Carga Efetiva/dia
(quantidade produzida / (carga horária – tempos de paradas planejadas))
4. Capacidade Realizada:
Por fim, essa categoria é a que mais se aproxima da realidade fabril. Além da análise da capacidade efetiva, faltam-se subtrair os tempos de perdas que não foram planejadas, como a falta de insumos, problemas nos maquinários ou análises da qualidade com resultado negativo, por exemplo. Sendo assim, o cálculo deve ser feito da seguinte forma:
Carga Realizada/dia
(quantidade produzida / (carga horária – tempos de paradas planejadas – tempos de perdas não planejadas))
No entanto, ainda que sejam definidas tais categorias para a capacidade produtiva, quando deve-se aumentar a eficiência fabril?
Quando há necessidade de elevar a capacidade produtiva?
A tomada de decisão, em relação aos investimentos fabris, inclui o acoplamento de indicadores financeiros, como ROI, Payback, entre outros, junto do auxílio do Lean Manufacturing (diminuição dos custos, a fim de aumentar os lucros), além de desvendar se, realmente, há relevância para aumentar a capacidade produtiva naquele momento. Para esta, seguindo a linha anterior dos cálculos das categorias, faz-se necessário estruturar os índices de eficiência, determinado pela seguinte fórmula:
Índice de Eficiência (%)
(Capacidade Realizada / Capacidade Efetiva) * 100
Por fim, imputa-se o valor obtido acima dentro do cálculo da capacidade real necessária, que é definida da seguinte forma:
Capacidade Real Necessária
(Fator de Capacidade / Eficiência) x (Demanda)
Dessa forma, compreende-se o quanto, realmente, deve ser produzido para atender a demanda total do estabelecimento, para que assim não haja insatisfação dos clientes ou funcionários ociosos. Vale ressaltar, que o Fator de Capacidade é calculado através da teoria de cadeia de Markov.